sábado, setembro 29, 2007

A Chegada da Prima Vera


Por Marla de Queiroz

O atraso da sexta edição do jornal Calcinhas ao Léo teve um só motivo: nas férias, estes quatro aviões tiveram a infeliz idéia de fazer carão nos botecos de São Paulo, além de conhecer o famoso Museu da Língua Portuguesa (que já seduz pelo nome), posto que, durante o PAN, só tivemos oportunidade de exercitar as línguas espanholas, francesas e inglesas.

Tudo teria fluído bem se não acontecesse o inevitável: todos os aviões que estavam em Sampa ficaram presos no aeroporto de Congonhas. Foram dias e dias bebendo cerveja quente e tirando cochilos nos tapetinhos de ioga. Num dos nossos únicos momentos de distração, assistindo a TV, uma Marta Suplício com uma cútis de quem estava voltando da Argentina, mandou a seguinte pérola sobre o caos aéreo: "Aaaahhhh, relaxa e goza!"...Bem, isso teria sido fácil para nós em outras circunstâncias, o que ela não percebeu é que aquela situação toda já era o próprio COITO INTERROMPIDO! Resumindo, para que não chegássemos atrasadas na nossa próxima edição de aniversário (completaremos um ano em outubro), tivemos que baixar a bola (sem perder a pose, é claro!) e voltar de carona com a nossa prima Vera que tinha sua viagem marcada para o dia 23 de setembro. Para quem acreditava que parente só é bom no porta-retrato, tivemos que, literalmente, cortar nossas asas e enfiar nossos rabos entre as pernas...pra caber no carro dela.





A sexta edição do Calcinhas ao Léo é dedicado ao nosso grande amigo e astrólogo Dani Boy que nos deixou no dia 18 de julho de 2007, plantando uma saudade eterna nos nossos corações. Para Dani Boy, todo o nosso amor em forma de humor.









Calcinhas frouxas porque é segunda-feira, de algodão porque é terça, com a logo do time porque é quarta, de rendinha porque é quinta, comestível porque é sexta e ausente porque é sábado e se tivermos sorte ainda vai render no domingo!

Cuecas: segunda, terça, quarta, quinta, sexta ou sábado e domingo: sem estampas e limpas, por favor! Ah, e sempre!

Sutiãs: não importa, eles só vão reparar se tiverem muita dificuldade em tirá-los.


Após de ter dado cinco sem parar, as Calcinhas pediram água para São Pedro e quem mais pudesse ajudar e passaram Agosto esperando Setembro. É que desde o mês das noivas nem todas conseguiram se casar, não foi só um mês inteiro naqueles "a gosto". Gostos de cigarro, de vodka, de lágrimas e de outras coisas que não dá para falar. A gente queria algo mais sério e já partiu para a relação, de seis meses a um ano, passou que nem homem bonito no calçadão, se não pegar rápido outro bofe da a mão. E como o sol raiou de novo aquecendo os corações, as perdas e o Dani não foram esquecidas, mas sim aquecidas com nossa nova comunhão. Recolhemos as folhas do chão, a poeira dos olhos e partimos rumo a uma nova estação: que venha a prima Vera ! E já que os homens do mercado estão quase em extinção, que ela traga os que ainda restam pra nossa cama.Assim, quem sabe, a santa de casa faz milagre e a gente se diverte até a chegada do verão.


Eu sempre gostei do Wagner Moura, mas nunca desconfiei que ele fosse comandante do BOPE. Eu estava alguns quilos mais gorda e precisava de um treinamento intensivo. Foi quando tive a excelente idéia: "Tropa de Elite pra acabar com a celulite!". Pelo que descobri no filme, se eu não fosse corrupta ou cafetina, poderia ser aceita no curso que se iniciaria em breve. Fiz minha inscrição. Na verdade, a coisa não era tão fácil quanto parecia. Tive que ser revistada e minha vida inteira foi rastreada. Alguns dos meus amigos se afastaram misteriosamente, mas eu estava disposta a qualquer sacrifico pra fazer parte daquela tropa que, ainda por cima, era de elite. Eu sempre quis ascender socialmente.

Resultado: na primeira fase eu quebrei todas as minhas unhas, na segunda desisti de usar sutiã maravilha, na terceira me apaixonei pelo cabo que seria o próximo eliminado, na quarta eu chorava com a granada na mão (mas o que sentia era dor de cotovelo), na quinta eu pedi pra sair e consegui que o Wagner Moura me levasse pra jantar. Na sexta fase eu já queria ficar, mas ele quis que eu saísse porque já era casado. Bem, o final do filme vocês descobrirão no lançamento porque essa história nem podia ter vazado.


Prima Vera foi flagrada com um Forte em Copa, numa cabana. Depois disso, desembestou pela cidade e foi um Botafogo na torcida do Flamengo!Para ela aquilo tudo estava sendo a Glória: cada Lapa de homem, nunca tinha feito uma farra com tanto Catete! Parecia um sonho de Cinelândia. Ela estava quase em Abolição, ops, ebulição! O melhor de tudo foi o baixo custo, pois todos eram Voluntários da Pátria, inclusive os casados. O problema foi que arranjou briga com a Dona Mariana quando se envolveu com o Senador Vergueiro. Explicou que a culpa era do Marquês que estava em Olinda. Depois foi a vez da confusão com a Alice que morava numa Casa Rosa e que era a Matriz de um General, o Glicério. Prima Vera se engraçou com ele e passou a ser chamada carinhosamente de "Flor de Laranjeiras". (Prima Vera gosta mesmo é de homens importantes).



Não satisfeita com aquela Fundição toda, se sentindo a Estrela da Lapa e achando que em matéria de amor todos os cariocas são Democráticos, continuou atirando para todos os lados e foi à procura de quem tinha o mais largo, o Machado. (Se Humaitá tava pra peixe, que enjaulassem os largos daqueles Leões).

O fato é que o furdunço que prima Vera causou na cidade foi tão grande que teve que ir embora escoltada. Quando perguntaram sobre suas férias, ela declarou calmamente:

"Esta cidade parece um filme da Conspiração: em que o Brasil é uma Avenida, a Argentina, um edifício e o Rio, o Cenarium."

O que nós sabemos é que teve homem que ficou encantado, teve homem que saiu Corcovado.




É, as flores estão chegando...Desabrocharemos, enfim: Gy-rassol, Marlarida, Mariana e tudo o que é minimamente selvático, Silvestrin. Tati Berlim preferia, por bem, não virar flor nenhuma ou nada muito verde que desse bandeira ou alergia. Sempre achou muito delicado essa coisa de ser menina, florzinha, ainda que uma vez ao ano. As flores, mesmo as mais lindas, são frágeis e morrem cedo. Então, por causa da grande pressão, aceitava se fazer, às vezes, de planta carnívora. Assim poderia ver os limpos vastos campos com mais flores, amar a pátria e comer as companheiras. Mas como na vida nem tudo são pétalas, desejava, sinceramente, que os amigos fossem o lúpulo, a cevada e as trepadeiras. Coisas duráveis, que em latinhas reunidas, fazem nascer nos fins de tarde a alegria dourada das noites de sexta-feira. Depois, juntos nesse jardim, onde as ervas são apenas danadinhas, brindaríamos à vida, aos sorrisos e à saudade das pessoas que não são de plástico. Feito as que se deixam ficar mesmo quando tem que ir. É, "hoje o samba saiu..."

Resolvemos nos lançar no Mercado Financeiro







Caro leitor, ainda não abrimos nosso capital, apenas pesquisamos a(s) Bolsa(s), os Fundos de Investimentos, os bofes ricos, a Poupança e descobrimos que o leque de investimentos é muito amplo, depende do seu perfil, dos seus objetivos, do seu jogo de cintura e da sua posição favorita.

O seu perfil pode ser Conservador (papai e mamãe), Moderado (papai e mamãe + 5 latinhas de cerveja) Arrojado (papai e mamãe+ 8 latinhas de cerveja) ou Agressivo (use a sua imaginação e tire as crianças da sala).
Lembre-se, nos fundos o risco é grande e, para garantir o retorno sem sustos ou dor, deve-se ter cautela, diversificar e se dar um pouco a cada investida. Com a oscilação do mercado e as baixas taxas de juras, pense positivo. Em curto prazo as taxas overnight são um benefício. Relaxe porque esta cautela "protege" o valor da sua cota.

Investir na Poupança é seguro, convém avaliar o custo X benefício deste tipo investimento. Outra dica é a bolsa ao alcance da mão. Só dependerá do seu poder aquisitivo e da capacidade de discrição. Existem vários modelos bárbaros: em forma de koni, bichinhos e até de batom. Seja ousada, diversifique, use e abuse dos produtos disponíveis no mercado!

P.S: É bom lembrar que não existe mais grupos de risco, por isso, faça sua escolha baseada no bom-senso, sabendo que preservar-se é fundamental. E que existem novas formas de proteção no mercado ( inclusive nas farmácias) que tornam seu investimento bem mais seguro. Para encarar o pepino é necessário, antes de tudo, planejamento!


E o Rio de Janeiro continua em festa. Bastou acender o sol que corremos todos para a academia, malhar os currículos para o fim do ano. Mas quando cai a noite, é o cinema que vira a melhor companhia. Isso para quem gosta de ir ao cinema desacompanhado, porque com o preço dos ingressos pela hora da morte, fica difícil levar a cara metade ao lado. Já tem até casal fazendo manifestação. Eles protestam alegando que como são muito unidos, sendo cada um a parte que completa o outro, são duas metades de um mesmo amor e poderiam, por isso, pagar duas meias sem ter que apresentar nenhuma identificação. A idéia pode até ser válida, mas em tempos de Festival do Rio, excelente ponto de pegação, eles deveriam, por ser inteiros, ocupar, no mínimo, o mesmo assento. Liberando os outros para que possamos conhecer algum cineasta famoso ou intelectual a passeio. Ou que fossem para casa namorar, deixando os tesouros e a qualidade para quem paga pra ver.

Casting


quinta-feira, setembro 27, 2007

Lançamento da Sexta Edição do Calcinhas ao Léo, ainda mais sexy.

Idéias recicladas e textos cada vez mais apimentados. Venha brindar conosco a chegada da prima Vera!


Montagem: Mari Silvestrin
Imagens:
http://www.imagebank.com/

Sexta-Feira a partir das 19 hrs.
Av. Muniz Barreto 51 - Botafogo

domingo, setembro 16, 2007

Preparem o varal!!!

Na foto: Gy Paulino, Tati Berlim, Mari Silvestrin, Marla de Queiroz e o Léo, é claro!

A próxima edição do Calcinhas ao Léo está no forno. A grande novidade é que as Calcinhas estão completando um ano de existência. Tão novinhas e já tão rodadas! Preparem seus corações, o que podemos prometer na sexta edição é que vocês terão as mais deliciosas e fortes emoções.

As depilações já foram feitas...e outubro está virando a esquina.

*

*


sábado, setembro 15, 2007

Pra quem perdeu a quinta edição...




Calcinhas soltinhas na buraqueira ao som de Dom Braga com a participação especial de Daniel Chaudon...

sábado, junho 23, 2007

Inverno em tempo de Pan promete ventania


Os ventos oriundos do sul trarão de presente as delegações de argentinos e uruguaios, que serão de grande valia para o desenvolvimento das nossas habilidades lingüísticas. Do Peru também virão surpresas ainda não divulgadas pela meteorologia. Os ventos alísios, constantes e regulares, desta vez darão um tempo, e serão substituídos por uma massa de calor caribenha. Pelo norte entrarão canadenses e americanos prometendo confronto, esquentando o país tropical e dando trabalho dobrado na hora de desenrolar a língua*. Convém muito cuidado nesse período, advertimos a utilização dos jamaicanos com moderação!

quarta-feira, maio 23, 2007

Matéria Revista Domingo - transcrita



Por Anna Carolina Braile
Na calçada da Rua Muniz Barreto. em Botafogo, um grupo de jovens se aglomera sob um varal de calcinhas coloridas. Há cheiro de churrasco no ar e o samba rola solto, embalado por latinhas e latinhas de cerveja. É mais um lançamento do jornal Calcinhas ao Léo, uma publicação idependente e feminina sobre sexo, cerveja e poesia. Idéia das amigas Tatiana Berlim, Marla de Queiroz, Giselly Paulino e Mariana Silvestrin, que virou motivo de festa mensal, cada vez mais cheia.
Em comum as quatro meninas têm o curso de comunicação social na Faculdade Hélio Alonso (FACHA) e o gosto por bebidas alcoólicas. De diferente têm todo o resto. A capixaba Giselly é virginianamente organizada e está noiva. É a que "tem as idéias". A carioca Tatiana prefere as meninas aos meninos, é ariana e tem humor sarcástico, que dá graça aos textos. Solteira no Rio de Janeiro, a capricorniana Marla veio de Brasília. Lançará este mês seu primeiro livro de poesia - outra produção idependente. Já a curitibana Mariana, apesar de estudar publicidade, trabalha no mercado financeiro. Escorpiana, cuida da diagramação do jornal .
Tantas diferenças são fundamentais para o clima despojado e bem-humorado do Calcinhas ao Léo. "Somos quatro amigas etilicamente poéticas, com vocação para falar demais. Um dia em meio a uma sessão de tagarelice, resolvemos passar nossas conversas adiante", conta Tatiana. O Calcinhas não tem patrocínio, é impresso em papel A4 e tem tiragem de 400 exemplares, que são distribuídos gratuitamente. "Por que a gente quer dar para todo mundo", brinca Marla. Mas a primeira edição teve público restrito, foi criada para provar aos professores da Facha que o ócio é, sim, criativo. E se o curso é de comunicação, nada mais natural do que querer se comunicar por meio de um periódico.
Não fosse a qualidade dos textos, os hilários trocadilhos e o sucesso que o primeiro número fez entre os alunos, o jornal teria parado ali, como se fosse mais um trabalho de faculdade. Mas foi mais longe do que as autoras poderiam imaginar, graças ao processo de criação nada ortodoxo. Na edição de lançamento, deram a seguinte explicação: "Calcinhas ao Léo nasceu ao relento. Entre um gole e outro alguém resolveu desocupar a mão que segurava a cerveja gelada, substituir por uma caneta e escrever as idéias que surgiam ali, no Léo".
O Léo a quem se referem é o vendedor ambulante que há 29 anos trabalha na calçada em frente á FACHA. Todos os dias, por volta das 17hs, ele chega ao local com um isopor cheio de cerveja gelada. Não demora muito para que, à sua volta, proliferem banquinhos de plástico e conversas sobre relacionamentos, dieta, beleza, astrologia. "Meu isopor sempre foi o point da mulherada. Mas essas quatro tiveram a boa sacada de colocar todas as conversas no papel", elogia Léo.
Além de fã, o vendedor é eternamente grato ás quatro meninas. Uma vez por mês, elas garantem freguesia ao redor do isopor, durante a festa de lançamento do jornal. A cada evento o número de pessoas aumenta e a quantidade de cerveja também. "Não sei como o pessoal da faculdade ainda não reclamou. As janelas das salas de aula dão para a a calçada", diz Giselly.
Durante a diversão, as meninas arrecadam alimento não perecíveis, doados a um grupo de alunos, também da faculdade, que desenvolvem um projeto assistencialista. Há também quem venda bijuteria e artesanato. "Criamos uma feira de idéias. Pena que não temos apoio da FACHA", lamenta Mariana.
A quinta edição do Calcinhas ao Léo , será lançada no dia 8. Com a mesma fórmula de comédia, sacanagem e toques da personalidade feminina, mas ainda sem atender a principal vontate dos meninos: a de pendurar calcinhas usadas no varal.

sábado, maio 19, 2007

Blog do professor PC

http://blogdoprofessorpc.blogspot.com/2007/05/calcinhas-ao-lo-no-confundir-com-lu.html


Quem estudou, estuda ou estudará na FACHA, conheceu, conhece ou conhecerá o Léo. Recentemente, um grupo de alunas decidiu homenagear o cara criando um jornal e um evento mensal, em que são penduradas calcinhas de diversos cortes e tons num varal próximo à faculdade. Saiu até no JB. Ontem foi o Leandro Mazzini, outro ex-aluno, grande figura, que também homenageou o cara, publicando o post abaixo no seu blog reproduzido no mesmo JB.

"Lembro bem daquele dia da formatura em 2001. Um bando de jornalistas prestes a entrar no mercado, lado a lado numa arquibancada. Logo à frente, toda a direção da faculdade e professores de costas para nós, um conhecido publicitário como paraninfo, e lá embaixo, de frente, as famílias e amigos. Um deles, ao meu lado, colocou a máscara do Bin Laden. Uma garrafa de vódka da boa rodava de mão em mão, boca em boca, enquanto os mestres discursavam - e para o espanto de nossos pais. Um cara gritou lá de cima: Viva o Léo! E o Léo, lá do fundo, acenou alegre.

Esse é o assunto. O Léo é um cara que vende cervejas e refri há uns 20 anos na porta da Facha, uma faculdade em Botafogo, no Rio. Figura conhecida, bom papo, boa praça, conquistou principalmente quatro garotas fachistas que acabam de lançar o Calcinhas ao Léo, um jornal em sua homenagem. Contam de tudo. Mexem com a libido. Incomodam os bons modos. Atiçam a liberdade de expressão. Mais uma boa notícia".

quinta-feira, maio 17, 2007

JBlog - Leandro Mazzini

www.jblog.com.br/lmazzini.php



"Lembro bem daquele dia da formatura em 2001. Um bando de jornalistas prestes a entrar no mercado, lado a lado numa arquibancada. Logo à frente, toda a direção da faculdade e professores de costas para nós, um conhecido publicitário como paraninfo, e lá embaixo, de frente, as famílias e amigos. Um deles, ao meu lado, colocou a máscara do Bin Laden. Uma garrafa de vódka da boa rodava de mão em mão, boca em boca, enquanto os mestres discursavam - e para o espanto de nossos pais. Um cara gritou lá de cima: Viva o Léo! E o Léo, lá do fundo, acenou alegre.

Esse é o assunto. O Léo é um cara que vende cervejas e refri há uns 20 anos na porta da Facha, uma faculdade em Botafogo, no Rio. Figura conhecida, bom papo, boa praça, conquistou principalmente quatro garotas fachistas que acabam de lançar o Calcinhas ao Léo, um jornal em sua homenagem. Contam de tudo. Mexem com a libido. Incomodam os bons modos. Atiçam a liberdade de expressão. Mais uma boa notícia."

domingo, maio 13, 2007

Quinta Edição




A quinta edição do "Calcinhas ao Léo" vem toda bordada de açúcar. É que comovidas com o mês das noivas, resolvemos ceder e mostrar um lado nosso mais frágil e romântico, que não é, necessariamente, o mais interessante. Mas como no jogo da sedução devemos usar todas as nossas armas, não deixaríamos de fora esta: a revelação do nosso desejo de amar e ser amada pelo próximo...da fila.
Outono no Rio de Janeiro é abençoado. A cidade fica vestida de dourados, de céu azul e brisa fresca, possibilitando trocar a cerveja pelo vinho e a boemia pura e simples, pelo abraço. Ele vai nos preparando, com uma vontade súbita que sentimos de desaceleração, para a famosa total carência que nos atinge a todos no inverno. É a vontade de que um outro corpo nos agasalhe ou que um edredom aqueça não um, mas dois corpos, preferencialmente quase ocupando o mesmo espaço, ou sendo mais didáticas: um por cima e, se possível, dentro do outro.
É por isso que lançamos aqui a campanha: "Diga não às calcinhas beges e sem costura, enormes e confortáveis. Adote uma calcinha de renda...ou várias".
Para você que ainda se assusta com a aparente auto-suficiência das mulheres interessantes, temos grandes revelações a fazer:

1—Nenhuma mulher é auto-suficiente ao ponto de preferir abraçar a si mesma.

2—Nenhuma mulher é fodona ao ponto de abrir sozinha um vidro de azeitonas sem xingar ou pensar em pedir ajuda ao porteiro

3—Nenhuma mulher é intelectual ao ponto de não querer, pelo menos uma vez na vida, passar a noite com o bofe gostoso que só terminou o segundo grau porque namorava a professora do supletivo.

4—Nenhuma mulher é tão mulher que não precise ou não queira ter alguém ao seu lado para compartilhar coisas, desabafar, fazer amor, conversar fazendo aquelas vozes irritantemente infantis ou para, simplesmente, projetar seus defeitos em alguém
.

Mulheres, num grau maior ou menor de exigência, gostam de homens que gostam de si mesmos. (Entendam que estamos falando de relacionamentos saudáveis). O que significa que, um homem que gosta de si, se cuida, se higieniza, se interessa por ela, pela vida dela, se instrui, lê, têm hábitos razoavelmente saudáveis, é incapaz de ser grosseiro, não é egoísta, planeja coisas a dois, joga limpo, se atualiza, se observa, respeita e faz sexo direitinho.

Que tipo de noiva você é?
Descubra qual é o seu estilo para chegar ao altar.


A. Quer arranjo exótico e toalhas pretas: você é excêntrica!
B. Quer arranjo delicado e toalhas creme: você é ultrapassada!
C. Quer arranjos artificiais e toalhas que não sujam fácil: você é esperta!
D. O cara do buffet resolve tudo isso, certo? Você é prática: já escolheu seu futuro marido!
Agora só falta resolver a decoração da festa.
E. Não quer arranjos, nem toalhas bordadas, apenas sexo bom todos os dias: você é uma "Noiva em Fuga".
F. Quer qualquer arranjo, nem pensou nas toalhas, só escolheu o marido: você é a dama de honra?
G. Pode até ser infeliz, mas quer ter um marido: você é a Zezé Polessa!

Algumas mulheres ficam bem usando macacões (homens-armário), tomara-que-caia (em mim), botas, túnicas e belos vestidos balo(ne)nês quando lhes convém.
Mas se você é um pouco avessa a tendências, pode esquecer até a profusão de florais e estampas "alegres" demais, optando por reativar o vintage : aquela moda usada e esquecida. Pode-se então, repetir com gosto aquele bofe antigo e confortável que ainda não perdeu a estampa, que não foi desbotado da memória.
Se os tons pastéis, pardos ou pretos estiverem em promoção ou no caminho do altar, liquide-se. Aproveite para fazer sobre-posições inimaginadas.
O clima e o champagne ajudam. Só não esqueça de levar a meia-calça reserva na bolsa, porque fazer sexo em cima da pia até pode, mas desde que não rasgue, desfie ou seja na batismal.


Nesta edição, nós, Calcinhas, fizemos o que, infelizmente, poucos “Cuecas" conseguiram: atingimos a marca invejável de cinco tentativas e nenhuma desistência !
Isso porque mulheres independentes conseguem o que querem quando usam a cabeça, o decote, ou mesmo a TPM como desculpa. A novidade é que com o clima mais ameno e os convites de casamento chegando, ficamos mais emotivas. Abrimos mão de quase toda liberdade de expressão, tesão e maquiagem, por um par que nos agasalhe, nos faça promessas sinceras e que nos torne mães antes que fiquemos pra titias. Afinal de contas, feminismo tem limites, nem que seja o da gravidade. E, com os preços de hoje em dia,queimar sutiens é coisa pra quem tem dinheiro sobrando ou silicone
Preparem-se! Neste mês, uma forte frente de mulheres-alfa irá desembocar em suas costas. Sob a forma de uma mistura deliciosa de Rê Bordosa e Radical Chique, elas irão causar estragos. Ou se casam com você, ou vão brincar de papai e mamãe até enjoar. Recomenda-se cautela, preservativos e vastos conhecimentos nos ramos sexual, climatológico e noções de grego. Assim, quando esse furacão-mulher estiver passando, você pode tentar entender porque se esgotam as denominações com letras convencionais para esses dois fenômenos da natureza. Caso tenha faltado às aulas de trigonometria, apele para um Chico Buarque e escute "Mulheres de Atenas"... De repente, funciona.
Eu vivia num pacotinho com mais três Calcinhas até que, uma arranjou uma namorada, a outra fez as pazes com o namorado antigo e a próxima resolveu casar. Fiquei avulsa. Como é de praxe com qualquer Calcinha solteira, resolvi cair no mundo com o coração e alguns botões abertos , porque auto-suficiência sempre foi meu forte (e ser a calcinha aventureira é minha sina), mas algumas noites frias refutam qualquer teoria do eu-não-preciso-de-alguém-pra-estar-feliz.Seria eu, a consolidadora da teoria de sexo frágil? Cruzes! Então abri o jornal de domingo pensando que poderia simplesmente preencher meu dia com muita cultura, lavar minha alma desse desamparo que é um domingo com os ecos das olimpíadas do Faustão. Foi quando, lendo os milhares de anúncios de páginas inteiras da Casa e Vídeo (mês das noivas), da Casas Bahia (mês das noivas, né?), da Insinuante (até vestidos de noiva mais baratos),do Mundial (descontos especiais para as noivas), tive a idéia: por que não anunciarem homens cultos, inteligentes e gentis, que não são garotos de um só programa, oferecendo companhia para as tardes de domingo com direito a visitas a museus, conversas sobre literatura em cafés-aconchegantes e mais gentilezas-surpresas de bônus (incluindo um intervalo para meu cheque especial). Detalhe: no preço do aluguel, estaria incluso o bofe pagar a conta e todos os ingressos dos eventos.
Então fui à página de anúncios para acompanhantes (vai que alguém teve essa excelente idéia e ainda divide o valor de sua companhia em 3 vezes no cartão, sem juros). Encontrei Dianas que fazem tudo, Sthéfanies que têm corpo de modelo, Gessykas hermafroditas, Heleninhas Raio- Laser, Hildas Furacão ( relembrando que esta, na sua primeira aparição e "execução profissional", trajava vestido de noiva), Rapunzel com três litros de silicone e uns tais Raul-trinta-centímetros-de-prazer.
Resultado: aluguei um vídeo " Solteiro no Rio de Janeiro", pedi uma pizza (brotinho),abri um vinho (chileno) e escrevi este texto (desabafo). Na falta de companhia, é melhor gastar seu dinheiro com coisas úteis. Vai que o entregador de pizza dá um caldo...
Essa meninada fechou o mês de abril no dia do beijo e começou maio dando um trabalho dobrado. Coitado é de Santo Antônio que até a essa hora deve estar de cabeça para baixo tentando arranjar "cuecas soltos" para as "calcinhas avulsas" ávidas por um casamento. E se todo mundo tem uma mãe, os santos também têm as suas. Pedido de filho não se nega e ele, sobrecarregado, me pediu um reforço. Porque se o filho que é Santo não ajuda, todo mundo desce um pouquinho do salto e apela para Mamãe aqui, que todo dia é nosso dia.
Mãe Calcinha da Assessoria tem coração grande, sempre perdoa as mais diversas falhas e vai, com certeza, ajudar na simpatia, garantindo o sucesso da mandinga. Mas não se esqueçam que um bom perfume e uma mini-saia sempre ajudam.O resto, fica por conta da consulta. E desvira meu menino, moça, que é para mó dele me ajudar.
De cabeça pra riba ele pensa mió.
Após "Cem Anos de Solidão" e recuperada do trauma "Do amor e outros demônios", me sentindo a protagonista de "Ninguém escreve ao coronel", no "Outono do patriarca" quis deixar de fazer o papel da" Incrível e triste história de Cândida Erêndira e sua avó desalmada" e viver nem que fosse um "Amor nos tempos do cólera".
Tantas noites com Gabriel Garcia Márquez me despertaram a vontade de revisitar Elisa Lucinda com seu "Eu Te Amo e Outras Estréias", açucarada que eu já estava. E, tão apaixonada por Drummond ali, no meio do caminho entre Copacabana e Ipanema, descobri que o amor é essa " Paixão Medida" e não essa "Paixão Segundo G.H." que queima feito "Àgua Viva" nas relações Lispectorianas.
Vinícius de Morais, se era um safado, também era um sábio quando escreveu "Para uma Menina com uma Flor", inaugurando uma primavera, em pleno outono, no coração das Calcinhas arrepiadas de delicadeza.É que em algum momento, todos nós merecemos viver " Todo amor que houver nessa vida", que Cazuza já reivindicava como numa "Profecia Celestina" . Para nós, Calcinhas, não é "Insustentável a Leveza do Ser", mas possível e almejada, Milan Kundera que nos perdoe.E, se são "Risíveis os amores", e "Todas as cartas de amor são ridículas",nós escolhemos o "Soneto do Amor Total"ou algo que possa ser vivido num " Tempo da Delicadeza", " Com açúcar e com afeto".
"Futuros Amantes, quiçá", todos esses Vinícius, Chicos, Milans, Gabrieis,Fernandos,Carlos, Zecas , só nos semearam a vontade de ter " a sorte de um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida..." e nos fizeram acordar com "uma vontade danada de mandar flores ao delegado e beijar o português da padaria..." e esquecer um pouco o nosso lado Vargas Llosa em "As Travessuras da Menina Má".
Agora, a gente quer viver o amor... literal-mente.
Não se faça de enrustida, amiga louca para desencalhar. A água do planeta está acabando de tanto você usar o chuveirinho da sua casa como instrumento de prazer. Esqueça seu discurso falso moralista e ecologicamente correto de que não se deve pegar o buquê em tempos de desmatamento, e se jogue com unhas e dentes... mas, por favor, só depois que a noiva jogá-lo.


Lançamos mão de tendências de moda, literatura de auto-ajuda, testes de inteligência e faro feminino, truques para pegar o buquê, dicas de formatação para convites de casamento, enfim,isso tudo porque esta edição comemora a despedida de solteira de uma das nossas Calcinhas: Devana Devon.